quinta-feira, 7 de julho de 2011

É TÃO RUIM PERDER ALGUÉM

Estimado NILTON VIEIRA



Não posso perder a oportunidade de enaltecer as ações que você vem desempenhando no sentido de que a rodovia Faria Lima tenha a contemplação com projetos de duplicação e conservação dos acostamentos e da via.

Usuário costumaz da mesma sou testemuha ocular de inúmeros acidentes, sendo vários deles eventos onde preciosas vidas foram ceifadas.

Como profissional da saúde, médico cardiologista, sei que “é tão ruim perder alguém”, sei do cabedal de dor e sofrimento que esconde-se por de trás de números frios de estatísticas mórbidas. Há que se encetarmos ações para que não tenhamos mais vitimas, frutos da inacurácia de se governar.

Não recorrerei a estatísticas numerosas, mas relatarei aqui somente uma única vitima, a de dileto companheiro, inesquecível amigo, o ALBERTO DE OLIVEIRA, vizinho de fazenda no Chatão Mineiro, onde tenho, por empréstimo de Deus, uma propriedade agrícola onde tenho atividades de pecuarista. Alberto de Oliveira foi um entre inúmeras outras vitima da rodovia da morte – a Faria Lima. E quanta saudade nos deixou. É tão ruim perder alguém. É um vazio que nada preenche.

Retornando de sua fazenda no Chatão Mineiro, Alberto de Oliveira tinha o intuito de passar as festividade do Natal junto á sua esposa, a psicóloga Dorinha, na pujante cidade de Ribeirão Preto. Teve Alberto de Oliveira a sua vida interrompida por um nefasto acidente motivado pela precariedade desta rodovia. Uma jóia de vida interrompida pelo joio de uma estrada. “É tão ruim perder alguém”. É mais ruim ainda como quando se perde um grande amigo.

Uma viagem interrompida. Um passageiro que não chegou ao fim da viagem. Um ente querido que não chegou para comemorar um Natal, uma festa onde se comemora a vida, uma celebração de Amor.

“É tão ruim perder alguém, ainda mais, quando este alguém é um empreendedor, um extremado e valoroso pai de uma família com valores tão nobres como os que possuía Alberto de Oliveira, um visionário esmerado pelo valor do trabalho, um homem de mãos calejadas com o amanho da terra e a lide do gado. Brasileiro, pioneiro, batalhador, empreendedor. Morto é o motivo de nossa dor.

Poderá alguém aquilatar a dor de Dorinha, a adorável esposa, as lágrimas de seus filhos, o olhar desesperançado do dr.Eduardo auscultando as notícias dadas pelo SAMU e UTI de Barretos, as lágrimas da médica, filha de Alberto de Oliveira, na UTI de São José do RIO Preto, as lágrimas do seu filho Daniel lançado tão precocemente nas rudezas da labuta pela vida. A dor de um Natal sem o pai.

Lamentavelmente o que mais valoroso se perde é a força de um brasileiro de valor.

É espantoso verificarmos o silêncio e a indiferença com que nossos governantes tratam tais fatos.

Parabéns caro Nilton Vieira, por dar voz a vozes que não se exprimem mais, por dar dignidade aos reclamos de nosso direito de reinvidicarmos a vida e celebrarmos o amor.

Obrigado do fundo de nosso coração, do cardiologista DR.EDUARDO GONSALES DE ÁVILA, Barretos, 05 de julho de 2011