quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Respeitar os portadores de Síndrome de Down é mais que um dever. É primordial

Respeitar os portadores de Síndrome de Down é mais que um dever. É primordial

Pessoas excepcionais, como os portadores de Síndrome de Down, levam uma vida absolutamente normal...

...prova disso é a menina Joana Mocarzel, que ganhou até prêmio por sua personagem Clara na novela Páginas da Vida
Nesta semana, tomei conhecimento de um caso escabroso e que, apesar de ter ocorrido no fim do ano passado, mostra como o ser humano pode ser pouco generoso e inoportuno. O caso que merece uma menção nessa coluna aconteceu com a psicóloga Maria Helena Affonso, que tem um filho excepcional de 36 anos.

Maria Helena frequenta um clube social da elite paulistana e foi indagada por um dos associados se seu filho frequentava a piscina. Ao responder que não, o associado disse que era incrível como “essas pessoas”, se referindo ao filho dela, frequentavam o clube livremente. Segundo ele, a presença “dessas pessoas” (leia-se excepcionais) está cada vez mais numerosa, constrangendo outros associados.

Ela, que sempre empunhou a bandeira pela aceitação da diferença, não teve dúvidas e fez um boletim de ocorrência no clube, reproduzindo a infeliz e inoportuna conversa, sendo apoiada integralmente pela diretoria. Seu filho Fernando, mais conhecido carinhosamente como Fernandinho, diz ela, é muito educado e entrou em sua vida para transformar a mentalidade das outras pessoas.

Desrespeitar uma pessoa assim, diferente, mas que merece toda nossa referência, é um crime

Segundo os filhos de Maria Helena, se hoje são pessoas íntegras e de caráter, muito se deve ao irmão especial
Maria Helena não deixa que o preconceito se instale e está sempre em defesa de sua prole, dizendo, para quem quiser ouvir, que só amigos de verdade e de caráter se aproximam dela. Seus outros dois filhos, profissionais reconhecidos no mercado, afirmam que são quem são hoje (pessoas íntegras e de caráter incontestável) muito em razão de terem um irmão excepcional. Talvez essa seja a melhor recompensa para uma mãe que teve um filho excepcional e foi obrigada a criar forças para lutar pela diversidade.

Como ela, há outras tantas mães e pais de filhos excepcionais que, além de oferecer melhor qualidade de vida, fazem o que deve ser feito, levando os filhos a cinemas, teatros, parques e clubes. Não há razão para escondê-los.

Diante de uma atitude tão simples, mas transformadora; o conselho é um só: faça a diferença, você pode.