segunda-feira, 6 de junho de 2011

GOVERNADOR “DERRAPA” NA FARIA LIMA



Mussa Calil Neto

Determinar grau de prioridade pela análise do fluxo de um trecho de rodovia como está a Faria Lima Barretos/Colômbia é o mesmo que contar usuários de uma privada pública entupida e vazando.

O dr. Geraldo Alckmin é o tipo do homem correto, certinho, que mede cada palavra a ser proferida, freqüenta missas, um cidadão enfim que seria o maior líder político da Groelândia, Suíça, Finlândia, ou qualquer outro país arrumado, frio e metodológico. Para os padrões brasileiros, com todo o respeito que lhe reservo, considero-o o mais paradoxal dos nossos políticos, um cidadão que consegue enorme e inquestionável empatia popular mesmo tendo gosto de “Picolé de Chuchu” como carimbou o colunista José Simão, da Folha de São Paulo.
Geraldinho, como dizia o político mais próximo da realidade Mário Covas, consegue ser quase robótico, e ao mesmo tempo, ser líder de uma massa latina, passional, quem sabe justificando o ditado de que “os opostos se atraem”.
Acredito que o dr. Geraldo Alckmin seja tão bem sucedido nas urnas graças à sinceridade quase pueril de jamais ficar bravo como Serra e sorrir sempre, mesmo quando espetado pelos repórteres, claramente sem fazer tipo.
Ocorre que, na condição de especialista em medicina, é natural que se cerque de bons técnicos nas áreas que desconhece no dia-a-dia profissional. Assim fez o dr. Emanoel, por exemplo, que é médico como Alckmin, articulado e educado como o Governador, porém sem a sua frieza nórdica, sensível a críticas que às vezes edificam, às vezes revoltam, às vezes entristece.
Para tratar de trânsito, por exemplo, Emanoel convocou Galbas Ruy Fernandes, que se aposentou comandando de forma exemplar uma frota de ônibus como a da Danúbio Azul, que lhe permitiu contato direto com todos os vícios e virtudes das rodovias e do sistema viário urbano de cidades com os mais variados portes. Aprendeu na prática , trazendo a gramática para a Prefeitura.
Enquanto isso, os técnicos que influenciam Alckmin, levam-no a proferir uma bobagem técnica histórica: de querer medir as carências da Faria Lima com análise de fluxo. Ora bolas.
O fluxo da Faria Lima Barretos/Colômbia é totalmente fora da realidade científica, porque está reduzido graças às transferências que o próprio Governo de São Paulo fez, primeiramente duplicando a Anhanguera de São Joaquim à divisa com Minas Gerais, fazendo Uberaba e Uberlândia dispararem em desenvolvimento.
Em seguida, o mesmo Governo de SP que investiu por tabela em Minas Gerais, desviou para São José do Rio Preto via Washington Luiz, os caminhões que ainda passavam por Barretos, colocando a placa que proíbe o prosseguimento de caminhões acima da tonelagem suportada pela sucateada Ponte Gumercindo Penteado, de Colômbia.
Além destes expedientes, que fazem paulistas, paranaenses, catarinenses e gaúchos desprezarem o caminho mais curto rumo a Brasília e Belém, os mineiros do Triângulo que sempre prestigiaram a região de Barretos, passaram a gastar em Uberaba e Uberlândia, desviando para Minas razoável ICMS que seria naturalmente de São Paulo.
O MEDO QUE O USUÁRIO TEM DE MORRER neste trecho não é exclusividade dos mineiros, mas também de muitos paulistas bem informados das 19 cidades da região de Barretos que estão preferindo também, para chegar ao Triângulo, dar a volta por Icem.
As pessoas da região, acostumadas a cruzar rentes com grandes carretas e treminhões canavieiros, sabem que o leito carroçável do trecho em questão ainda é o mesmo dos anos 50, quando a estrada foi construída, estreitinha como poderia ser naquela época, para o trânsito de automóveis a manivela e pequenos caminhões de “queixo duro”.
Portanto, não adianta o Sr. Governador mandar alguém ficar cutucando com o dedo um contador de automóveis que passam hoje pela rodovia escangalhada. É preciso recuperar também, nesta contagem, os que deixaram de passar por ela. Sua Excelência precisa devolver às 19 cidades da região de Barretos o que sempre lhe foi de direito. Não há espaço para qualquer estudo acadêmico elementar de engenharia de tráfego. A região de Barretos precisa PARA ONTEM da sua rodovia como deve ser nos dias de hoje, para que – pelo menos os veículos suportados pela Ponte Gumercindo Penteado – transitem com tranqüilidade, deixando os nossos cidadãos correrem atrás do prejuízo, e contribuindo com a grandeza de São Paulo.
De preferência, duplicando já, porque – se as vontades políticas do Governo Federal com os Governos de São Paulo de Minas, forem somadas, deveremos ter também o mais rápido possível uma ponte à altura do nosso desenvolvimento, reconquistando o lugar que nos é de direito no equilíbrio dos investimentos.
Uma boa política café com leite junto ao Governo Dilma pode até duplicar a BR do Trevão até Colômbia. E com isto, teremos uma pista dupla do Porto de Santos até Belém, passando pela Capital Federal, pelo caminho mais curto e mais econômico. Com isto, deixaremos de ser o “patinho feio” da região, esmagados entre São José do Rio Preto e Ribeirão.
A não ser que o dr Geraldo Alckmin não goste mesmo de Barretos, como alguns apregoam, mas cujo pensamento não compactuamos, preferindo continuar admirando o dr. Geraldo bom pai de família, marido de dona Lú, e discípulo do integracionista Mário Covas.

Mussa Calil Neto é Vice Prefeito Municipal de Barretos, e implantador do Parque do Peão, que precisa desta duplicação desde 1985.

www.facebook.com/duplique
Movimento popular pela Duplicação da Faria Lima desde Outubro de 2010, com 15000 assinaturas tenta convencer o Governo de SP a Duplicar, somente neste ano foram 56 acidentes em um trecho de 40 km, com 9 mortes.

Nilton Vieira
Coordenador do Movimento Duplicação Faria Lima
#duplique esta idéia